quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Passividade, Conformismo e Internet 2.0:

Bom meu povo, tudo bem? Depois de aproximadamente 5 meses sem postar porra nenhuma nada, voltei. O motivo pelo qual fiquei tanto tempo ausente é que [insert explanation here]. Falando sério – estava com a vida um pouco corrida por esses meses – Mas agora estou de férias e, se tudo der certo (e com a graça de Viracocha), ano que vem vai tudo ser mais tranquilo e vou poder continuar me dedicando à Raposa. Volto hoje com um texto que tinha começado a escrever um tempo atrás e pretendia terminar (fiquei com um pouco de preguiça e ele acabou em uma conclusão um pouco precipitada, mas tudo bem – deixei meu ponto de vista claro). Aí vai:


Passividade, Conformismo e Internet 2.0
            -Nossos bisavôs lutaram na 2ª guerra mundial. Nossos avós estavam na marcha dos cem mil e no Woodstock. Nossos pais derrubaram Collor e viveram a guerra fria. Nós... Bem... Bom... Digitamos rápido?
A minha geração é... Interessante: Nós nos revoltamos com as coisas (como todas as gerações que já existiram), só que, enquanto nossos antecedentes se revoltavam com regimes ditatoriais, assassinatos em massa de judeus e russos, corrupção, falta de liberdade de expressão, falta de direitos para as mulheres, etc.; nós nos revoltamos quando a internet cai, quando um vídeo no YouTube não carrega, quando somos impedidos de usar o computador, etc.; e, mesmo quando nos revoltamos com algo sério – como a corrupção – não somos capazes de tomar atitudes. Salvo algumas exceções, o máximo que fazemos é twittar algum comentário de ódio, que sabemos que não vai dar em nada.
            Parece que, da década de 80 para frente um bando de preguiçosos foram gerados: Temos preguiça de tudo! Temos preguiça de organizar uma manifestação, uma flash mob, um movimento qualquer - Parece que temos preguiça de viver. Tudo bem que não tivemos, como nossos antepassados, eventos enormes que mobilizaram o mundo inteiro - Nas palavras de Tyler Durden (clube da luta): “Nossa geração não tem grandes guerras ou grandes depressões – Nossa grande guerra é a guerra espiritual, e nossa grande depressão são nossas vidas.”. O século XX, até 1990, foi realmente muito mais “agitado” que o mundo atual (guerras mundiais, crises econômicas, guerra fria, ditaduras, crises do petróleo, etc.) – Mas o mundo de hoje não é perfeito para que possamos ser passivos e conformados como somos. Alguém se lembra de Guantánamo? Das condições de trabalho em países como a China? Dos civis que se levantaram contra o governo na Síria? Da crise econômica mundial causada pelas próprias instituições financeiras? Da corrupção governamental? Conflitos na África? Fome e miséria? Podemos ter uns lembretes ocasionais aqui e ali enquanto assistimos ao Jornal Nacional, mas não passa disso – Depois do Jornal vamos assistir a um filme e esquecemos tudo.
            Essa passividade chegou a tal ponto que está interferindo em nossa cultura. Por exemplo – Nossa música. Alguma vez você já reparou nas bandas às quais ouvimos hoje? São vários nomes consagrados – Até os anos 90. Escutamos Led Zeppelin, AC/DC, The Beatles, Metallica, Guns’ n’ Roses, Foo Fighters, Deep Purple, Pink Floyd, The Who, etc. Algumas dessas bandas continuam na ativa, lançando álbuns e fazendo turnês; mas algum dia elas irão parar e, quando isso acontecer, qual será o ídolo da nossa geração? Quem levará cem mil pessoas a um estádio para um show? Justin Bieber? Rebecca Black? Eu acho que não – Isso não passa de modinha, acaba em uns anos. Esses artistas são passageiros, efêmeros; e só duram enquanto estão em evidência na mídia. É só algum outro cair no gosto do público “teen” que o Justin logo será esquecido, assim como aconteceu com os rebeldes, Jonas Brothers, Hannah Montana, etc.
            E quanto à música nacional? De Caetano, Gil, Cássia Eller, Legião, Titãs, Paralamas; pra Luan Santana, Cine e Restart? Sério Brasil? Tirando algumas bandas que quase nunca conseguem destaque e geralmente só conseguem fãs em correntes mais undergrounds que o inferno; a música atual se resume a um apanhado de letras vazias, temáticas repetidas e sem importância, melodias simples e plagiadas uma da outra sem qualquer tipo de vergonha (vide o sertanejo universitário – As músicas são todas iguais, e esse plágio descarado um do outro chegou a tal ponto que o cara precisa colocar seu nome na música! SEU NOME... NA MÚSICA! TEM CARÊNCIA MAIOR QUE ESSA?!), e uns coloridinhos que se auto intitulam bandas de rock, mas nem sabem diferenciar um baixo de uma guitarra. Aliás, sejamos justos, elas eles sabem o que é uma guitarra, mas não tem ideia do que seja um baixo.
           A música de verdade dura pra sempre - Aquele tipo de música que mexe com nossas emoções, nos faz ficar revoltados, nos dá arrepios na espinha. O problema é que poucos são os que produzem esse tipo de música atualmente. Quando todas as bandas que fazem/fizeram isso pararem, só teremos duas opções: Ouvir às mesmas músicas de novo e de novo, ou ouvir à merda atual. Ou isso ou ficar sem música. Somos tão passivos que não temos mais peito para pegar alguns instrumentos e tentar fazer música de verdade, com ideologia e temática. Ao invés de tentar compôr, a maioria só fica tocando o que outros criaram. Antigamente a música revolucionava o modo de pensar. Hoje o modo de pensar impede que até a música sofra revoluções. Aparentemente a única revolução que nossa geração vai executar é a da internet 2.0. Mas vamos ver no que dá, somos os primeiros a serem criados no mundo virtual e temos algumas qualidades – em geral temos as mentes abertas a novas ideias e novos estilos de vida. E essa “ultraconexão” de atualmente pode mudar o cenário de passividade ao, por exemplo, tornar mais fácil a organização de protestos (pelo uso das redes sociais - apesar de não podermos nos limitar à internet: Mudar o status no Facebook não vai ajudar a combater o câncer de mama tanto quanto uma doação ou trabalho voluntário). Eu ia escrever mais, mas esse tema me deixa um pouco irritado e estou com preguiça (sim, também sou um filho de 1990), e agora, expressada minha frustração, deixo vocês com uma mensagem das mais profundas que já encontrei em uma música – “tchê, tchêrêrê, tchêtchê – Gustavo Lima e você!”. Reflita sobre isso, vai te ajudar muito saber que Gustavo Lima está com você.

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*Por enquanto é só isso, qualquer coisa dou um heads-up aí pra geral. Mas as postagens vão voltar.

*Tchê, tchêrêrê, tchêtchê.

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